NELSON LEIRNER 2011-1961 = 50 ANOS

EXPOSIÇÃO PRORROGADA ATÉ 11 de dezembro !

Mostra reúne mais de 40 obras que atravessaram cinco décadas. Público poderá conhecer os trabalhos gratuitamente, a partir de 6 de setembro na Galeria de Arte do SESI.

Nelson Leirner volta a são paulo para repassar, na galeria de arte do sesi-sp, sua brilhante e controvérsia trajetória a mostra 2011-1961=50 anos apresentará, gratuitamente, obras dos em que o artista reinou absoluto no meio da arte. exposição mostrará trajetória artista, destacando peças entraram história nossa e, também instalação inédita: "um, nenhum cem mil", realizada ao longo últimos 15 anos. considerado um artistas mais provocativas brasileira, desenvolveu trabalhos iconoclastas, fundamentados persistente desmantelamento noção arte, crítica seus processos valores acima tudo, compreensão seu caráter grandioso.
A exposição tem curadoria de Agnaldo Farias e abarca três momentos decisivos da trajetória de Leirner: os primeiros anos, quando o artista mesmo fazendo uso de suportes convencionais – pintura, pintura/objeto e desenho – alcançam resultados; a segunda fase, de meados de 1965 até 1994, quando alcança a maturidade sob a forma de obra polimórfica (troca a noção de criação pela de apropriação), realiza happenings, performances, intervenções em espaço público até trabalhos pautados na paródia do circuito artístico, passando por ensino da arte e a compreensão do espaço pedagógico como extensão de seu trabalho artístico; e a terceira fase, inaugurada com a mostra retrospectiva de 1994, sua primeira exposição do gênero, quando utiliza objetos industriais, materializadores do repertório infinito proporcionado pelas empresas comprometidas com o imaginário social, de crianças aos adultos, cuja devoção encontra um poderoso apoio em imagens e estatuetas.
Em uma nova fase, o artista enxerga seu trabalho como um verdadeiro hobby, coroa-se com a realização da grande instalação "Um, nenhum e cem mil", composta por objetos e trabalhos portáteis de toda sorte, a exemplo de colagens e intervenções gráficas realizadas sobre cartões postais, livros, revistas e tudo o mais que cai nas mãos do artista e o faz se sentir estimulado a acrescentar algo.

Sobre o artista

Nelson Leirner é filho da escultora Felícia Leirner e do empresário Isaí Leirner. Desde a infância, a arte moderna está muito presente em sua vida. Seus pais conviveram com boa parte da vanguarda brasileira e ajudaram a fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e a Galeria de Arte da Folha, além de instituírem o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea.
Tornou-se artista apenas na década de 50, estimulado por trabalhos de Paul Klee. Em 1956, passou a ter aulas de pintura com Joan Ponç. Dois anos depois, frequentou o Atelier-Abstração, de Flexor, mas não se entusiasmou com os cursos. Suas telas se aproximam da abstração informal de pintores como Alberto Burri e Antoni Tàpies. Entre 1961 e 1964, continuou com a pesquisa de materiais, mas seguiu em outra direção. Interessado nas poéticas dadaístas, produziu seus quadros com objetos recolhidos na rua, criando a série Apropriações.
Em 1964, o artista abandonou a pintura e passou a trabalhar com elementos prontos, fabricados industrialmente. A partir de então passou a recolher objetos de uso e deslocou seu sentido, como em Que Horas São D. Candida (1964). Seus trabalhos estão entre a escultura e o objeto. Dois anos mais tarde, a participação do espectador é incorporada em obras como Você Faz Parte I e II (1966). Ainda em 1966, fundou o Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Frederico Nasser, José Resende e Carlos Fajardo. O coletivo promove happenings e publica o jornal Rex Time. O grupo se volta a problemas como as relações da arte com o mercado, as instituições e o público.
Em 1967, montou a exposição Da Produção em Massa de uma Pintura, mostrando a série Homenagem a Fontana, uma das primeiras séries de múltiplos do país. As "pinturas" são produzidas industrialmente. Feitas de zíperes e tecidos, objetos que tradicionalmente não têm propriedades artísticas. No mesmo ano, enviou seu Porco Empalhado (1966) para o 4º Salão de Arte Moderna de Brasília. O júri aceita o trabalho. Leirner questionou o resultado e solicitou manifestação explicita dos critérios de admissão da mostra, criando polêmica com críticos como Mário Pedrosa e Frederico Morais. A partir da década de 1970, o teor questionador do trabalho migrou da ação direta para um sentido alegórico, que muitas vezes envolve o erotismo. Nessa época, Leirner se dedicou a outras linguagens, como o design, os múltiplos e o cinema experimental.
A presença de elementos da cultura popular brasileira, marcante desde os anos 1960, cresceu a partir da década de 1980. Em 1985, realizou a instalação O Grande Combate, em que utiliza imagens de santos, divindades afro-brasileiras, bonecos infantis e réplicas de animais. Desde o ano 2000, seu trabalho se apropria de imagens artísticas banalizadas pela sociedade de consumo. De maneira bem-humorada, lida com as reproduções da Gioconda (Mona Lisa), 1503/1506 de Leonardo da Vinci, e a Fonte, 1917 de Marcel Duchamp, como tema artístico. Com a mesma ironia, o artista replica em couro de boi imagens da tradição concreta brasileira, na série Construtivismo Rural.


http://www.sesisp.org.br/home/2006/centrocultural/Prog_expo.asp


Site do artista : www.nelsonleirner.com.br










Exposição vencedora do 8º prêmio REVISTA BRAVO de Cultura
http://bravonline.abril.com.br/premio-bravo/2012/vencedores







A Arte na Mecânica do Movimento


Não percam essa exposição na Galeria de Arte do SESI !



A Galeria de Arte do SESI-SP apresentará, gratuitamente, a exposição A Arte na mecânica do movimento. A mostra, com curadoria compartilhada pela Municipalidade de Sainte-Croix (Suíça) e pelo historiador Lucas Bittencourt, apresentará ao público a vocação da cidade para a mecânica de precisão, bem como a passagem do trabalho artesanal para o trabalho industrial, materializados nas caixas de música e nos autômatos.

Pela primeira vez no Brasil, a exposição, resultado de uma iniciativa do SESI-SP em parceria com a Municipalidade de Sainte-Croix, está estruturada em três núcleos temáticos: História, Música e Autômatos.

O primeiro tem caráter introdutório e situa geograficamente a comunidade de Sainte-Croix, em sua montanhosa região de invernos rigorosos que marcaram a vida cotidiana do local. Neste núcleo será contada rapidamente a história daquela região, focando o desenvolvimento das técnicas de mecânica de precisão, como a relojoaria e as primeiras caixas de música. Este módulo conta também o processo de industrialização do trabalho e da chegada/criação de fábricas produtoras de discos de música, gramofones, máquinas de escrever, câmeras super 8, rádios e outros produtos como isqueiros, fixações de esqui e ferramentas.

Já no segundo núcleo está centrada a longa tradição desenvolvida em Sainte-Croix e em sua excelência para a criação de mecanismos de música. Em sua criação, as caixas de música necessitavam de caixas de madeira que melhor ecoavam suas melodias e, por conta disso, um delicado e preciso trabalho de marchetaria foi desenvolvido. Era preciso que as caixas apresentassem a mesma sofisticação dos mecanismos musicais que guardavam. Quanto à música, há também desdobramentos como as chamadas estações musicais, automatizadas, que funcionavam a partir de moedas em locais públicos, como estações de trem. Tais estações incluíam inovações às técnicas das caixas musicais, pois algumas incluíram instrumentos de sopro, percussão, e até pau e cordas. Muitas destas estações também contavam com pequenas bonecas dançarinas, que foram se sofisticando, levando ao desenvolvimento dos autômatos musicais.

Por fim, o terceiro e último núcleo incluirá desde pequenos autômatos musicais, como os pássaros cantores, aos autômatos tradicionais de Michel Bertrand, marcados por sofisticados movimentos que emulam truques mágicos, pierrôs escrevendo cartas e equilibristas mostrando seus talentos. Além disso, constam do acervo, ainda, o que podemos chamar de autômatos modernos, produzidos por François Junod, discípulo de Michel Bertrand. Os autômatos de Junod transitam do tradicional, sobretudo no que se refere à técnica de criação, ao contemporâneo, em suas experimentações estéticas e temáticas.



site do artista François Junod : http://www.francoisjunod.com/


Local : Galeria de Arte do SESI - Av. Paulista ,1313
Metrô : Trianon- Masp
Temporada: de 19 de abril a 30 de junho (segunda a domingo)
Segunda das 11hs as 20hs
Terça a domingo das 10hs as 20hs











 

A Arte Contemporânea



Detalhe da tela de Isabelle Tuchband


Restaurar uma obra de arte contemporânea às vezes é mais complicado do que uma bem antiga. Simplesmente pelo fato que a antiga normalmente foi feita com técnicas de pintura adequadas e a ação do tempo já estabilizou os materiais utilizados.

Na arte contemporânea o artista tem a mentalidade de experimentação de técnicas e materiais novos, visando a produção de outros significados. Essa liberdade da arte faz com que nós restauradores precisemos estudar sobre o artista, como é feito seu trabalho, a linguagem que utiliza, o seu significado, e identificar os materiais para que não seja alterada a idéia que a imagem quer expressar.

Recentemente recebi para limpeza e conservação uma tela de uma famosa artista plástica contemporânea, e me surpreendi com os vários materiais utilizados. Desenho feito em carvão, pintura em aquarela, vários tipos de tinta acrílica, e um verniz não adequado sobre algumas partes.

Pesquisando sobre a artista e conversando com a simpática dona da obra, consegui achar o limite entre o restauro e a conservação da obra. Não dá para se saber exatamente o processo da criação de uma obra,  se foi alterada ou não pelo mesmo artista, ou se sofreu intervenção posterior por outras pessoas. No caso desta obra específica, o verniz utilizado sobre o carvão é que me fez pensar se essa interferência foi posterior. O traço do carvão borrou por baixo do verniz na hora que aplicaram, provavelmente com pincel.

Como toda obra de arte tem uma história, essa também guardava um pedaço da vida da artista, e a proprietária da tela determinou a não retirada deste verniz, conservando a obra no estado em que ela a recebeu.

Ter a certeza de não interferir erradamente numa obra de arte cabe ao bom senso do restaurador. Pesquisar e ter o maior número de informações possíveis sobre a obra é fundamental para um bom restauro e conservação.






Lembranças de família



Foto da minha avó artista se inspirando para um novo quadro

Algumas obras de arte são como parte da história da vida de uma família. E na minha não poderia ser diferente.

Minha avó Julia era uma artista apaixonada, pintava quadros de temas variados, paisagens, flores, frutas, pássaros. Tudo que ela adorava, virava um quadro. A casa dela era uma verdadeira galeria, lembro com muitas saudades do corredor cheio de quadros, de cima até embaixo. E sempre tinha um novo sendo feito. Nossa família tem um verdadeiro acervo dela espalhado em cada casa.

Mas como todo artista, ela não se preocupou muito sobre onde pintava, nem com a base de preparação, nem com verniz final, apenas surgia a inspiração e virava obra de arte.
Muitas dessas obras foram feitas sobre eucatex, que é um perigo para as pinturas. Por ser um suporte ácido, ao longo do tempo vão aparecendo manchas. E essas manchas danificam a tinta se não forem retiradas o quanto antes.

Uma dessas pinturas que pertence a minha prima, veio para meu ateliê justamente para essa limpeza das manchas de oxidação e alguns retoques nas perdas. E para minha surpresa, era uma paisagem feita em 1995 da foto acima que guardo com muito carinho. Nem preciso falar que adorei, e que o quadro será tratado com um amor especial, cheio de boas lembranças e muitas saudades.

Foto do quadro a ser restaurado


Detalhe das manchas