Retratos



A palavra RETRATO é um termo vindo do Latim, 'retrahere'  que significa copiar. Na arte pictórica, tem seus primeiros exemplares no Egito Antigo, com a retratação dos faraós e membros das altas hierarquias sociais, assim como na China onde o retrato tinha a função de registro da dinastia e da corte. Na Grécia (período helenístico) os soberanos eram ilustrados em moedas. Na Roma antiga, com os moldes gregos, o retrato servia para cultuar os antepassados. A ideia de retrato como imagem fiel esteve presente em momentos históricos em que o naturalismo era a tendência estética. Durante a idade medieval o naturalismo foi interrompido, retornando no período Gótico, com seus representantes mais significativos, os pintores flamengos Rogier Van Der Weyden e o grande Mestre Jan Van Eyck.


Retrato de Giovanni Arnolfini e sua esposa.
                     Jan Van Eyck, 1434

Os retratos assumiram um papel de destaque na sociedade renascentista e eram valorizados como objetos e como representação do status e do sucesso econômico. Isso era devido ao interesse pelo mundo natural e pelas culturas da Grécia Antiga e Roma. A pintura em geral alcançou um novo nível de equilíbrio, harmonia e penetração, os grandes artistas: Leonardo, Michelangelo e Rafael eram considerados "gênios", elevando-se acima do nível dos artesãos sendo servidores valiosos da corte e da igreja.

Ter um retrato de família pintado por um artista é ter uma joia rara em casa. Uma arte que o tempo não apaga, eternizar pessoas queridas e desfrutar do prazer de olhá-las sempre. Essas pinturas trazem a memória e o afeto para os lares que a possuem.


Antes do restauro                                      Depois do restauro


Restaurei um retrato de família que me comoveu, além de ser uma verdadeira obra de arte, muito bem feita em técnica de pastel seco, era o retrato da avó da proprietária da obra com a mãe dela no colo. 
Muito frágil, o pastel seco sai com facilidade, com o passar de um dedo. Essa obra teve um incidente, que por falta de conhecimento ou inocência passaram um fixador sobre o pastel, fazendo aparecer diversas manchas escuras.
Foi um restauro delicado, de muita paciência, pouco a pouco mancha por mancha foi sendo retirada e a obra foi retomando sua aparência original.





Homenagem a Elis Regina


Limpeza de Tela de Elis Regina

Quem nunca se flagrou cantarolando uma canção de Elis na vida? Impossível! Pelo menos para quem tem, no mínimo, lá pelos seus 25 ou 30 anos de idade.



"Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa..."



Essa Tela de Elis Regina chegou até mim para uma restauração completa, como uma bela homenagem do proprietário para sua cantora favorita.
Foi feita a limpeza, a troca de chassis (o antigo estava cheio de cupins), os nivelamentos, reintegração cromática, verniz adequado com proteção UV e confecção de moldura nova.

Detalhe da diferença de limpeza

Foi um restauro muito gratificante de se fazer, ao som de muita Elis e de muita saudade também. Que bom que sempre existem as artes, música, pintura, vídeos e até mesmo a fotografia para recordarmos esses momentos que nos fizeram felizes.
                         


Restauro finalizado








Museu Felícia Leirner



Criado em 1978 na cidade de Campos do Jordão (SP), o Museu de Esculturas Felícia Leirner é uma das instituições museológicas do Governo do Estado administradas em convênio com a ACAM Portinari - Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari.

O espaço abriga em seus 35 mil m² de extensão 84 obras da artista - esculturas de bronze ou cimento branco -, que expressam claramente sua paixão pelas formas da natureza. 

Em meio à paisagem encantadora e atmosfera idílica, a grandiosidade da arte de Felícia gradualmente se revela, mágica e sutilmente, assumindo a forma de poesia visual. Visitar o museu e contemplar a magnífica obra nele contida representa um suave exercício de libertação criativa, em perfeita harmonia e integração com a natureza.

Em 1987, foi considerado um dos mais importantes do mundo pela Revista Sculpture, do International Scultpture Center de Washington.
A obra de Felícia Leirner alcançou o reconhecimento internacional, influenciou e expandiu os horizontes da escultura contemporânea brasileira. Hoje e sempre, uma das maiores e mais importantes expressões das artes plásticas em nosso país.







Localização e Expediente:

O Museu de Esculturas Felícia Leirner fica na estância climática de Campos do Jordão, no interior do Estado de São Paulo. Também conhecida como "Suiça brasileira", a cidade fica no maciço da Serra da Mantiqueira, uma das mais elevadas cadeias de montanhas do Brasil, a 173 km da capital.

O principal acesso ao município é pela rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), que começa nos arredores de Taubaté, a 45 km de Campos.

Em Campos do Jordão:

Av. Dr. Luís Arrobas Martins, 1880 - Alto da Boa Vista (Auditório Claudio Santoro)
12460-000  Campos do Jordão – SP

Como Chegar:

Passando por Vila Abernéssia, o centro comercial da cidade, vire à esquerda na rotatória das flores, próxima à Estação da Estrada de Ferro e ao Fórum. Siga a rua lateral ao Mercado Municipal, passando pelo Hospital Municipal. Após o Palácio Boa Vista, vire a segunda rua à direita. A entrada do Auditório Claudio Santoro fica do lado direito, a 500 metros.

Visitação pública:

De terça a domingo, das 9 às 18h.


http://www.museufelicialeirner.org.br/





Exposição Angelo Venosa




A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, apresenta a exposição retrospectiva de Angelo Venosa (São Paulo, 1954). A exposição conta com 35 obras do artista que em seus mais de 30 anos de carreira, consolidou se no circuito nacional e internacional, incluindo passagens com passagens pelas bienais de Veneza (1993), São Paulo (1987) e do Mercosul (2005). 

A exposição apresentada resume o trajeto que se desenvolve desde os anos 1980 aos dias de hoje. Sem configurar-se como uma retrospectiva, nos moldes exaustivos tradicionais, a mostra parte de um repertório seleto de obras que expõem o percurso do método e suas questões fundamentais, com as formulações primordiais e os saltos poéticos operados ao longo do tempo. A exposição não se orienta pela cronologia dos trabalhos, ao contrário, mescla peças de diferentes datas e técnicas, procurando fomentar a compreensão de uma linguagem global, onde os processos e os conceitos se unem e se reclamam necessária e mutuamente, explica a curadora Ligia Canongia.

“Entre o expressionismo e a geometria, o artesanato e a máquina, entre razão e delírio, Angelo Venosa cria situações fronteiriças, que se alternam do fragmento ao todo, do linear ao informe, do lírico ao fantasmático. Obra singular no panorama mundial da escultura contemporânea, seu trabalho tem a capacidade paradoxal de mover-se no terreno da história, mas sob a perspectiva da crítica e da transformação, de alternar o mundo dos sólidos com os vazios e, sobretudo, de expressar simultaneamente a intensidade das paixões e o recolhimento do silêncio”, diz a curadora.

“Começou sua experiência artística com a pintura, inicialmente aguada e delicada, mas logo percebeu o ímpeto pela quebra da tela e a busca da tridimensionalidade, quando rasgou o linho e introduziu um volume no rasgo. Detonava-se ali o interesse pelos estados transitivos, pela passagem entre as coisas e por processos ambíguos de construção, que passariam a vigorar no conjunto das esculturas futuras. A quebra da linearidade da superfície, com o ganho simultâneo de um elemento concreto e corpóreo, não apenas atestava sua inclinação escultural, como introduzia novas motivações para explorar a dinâmica do espaço e do tempo, diretamente vinculada ao real”, conta Ligia Canongia. 

SOBRE O ARTISTA 
Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana/ Leme e no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.











A Vitória de Samotrácia será restaurada



A Escultura em mármore de Paros voltará a ser vista em 2014

A Vitória de Samotrácia, escultura icónica e uma das peças mais reconhecidas do Museu do Louvre, em Paris, vai ser restaurada a partir de Setembro deste ano. A figura em mármore da deusa grega alada Nike, que saúda os visitantes do Louvre ao cimo de uma escadaria, não será a única peça a ser limpa e restaurada - as próprias escadas serão alvo de trabalhos. A estátua ficará longe da vista dos perto de dez milhões de visitantes do Louvre por cerca de seis meses, embora o processo dure um ano ou mais.

A representação da deusa mensageira da vitória será limpa, visto que com os anos ganhou um tom acastanhado, mas também reparada estruturalmente. Em causa estão então "alguns problemas de estrutura" da estátua, segundo disse à agência AFP Jean-Luc Martinez, director do departamento de Antiguidades gregas, etruscas e romanas do museu parisiense, que não foram solucionados por um outro restauro, que já remonta a 1934. "A base moderna em betão está ligeiramente fissurada", explicou ainda o responsável, garantindo que "não há perigo" para a peça, tendo os peritos também dúvidas sobre "uma pequena muleta na parte traseira que foi colocada no século XIX".
Quanto à limpeza, o objectivo é recuperar "o contraste entre o mármore branco de Paros da estátua e o mármore cinzento da sua base em forma de barco", precisa Jean-Luc Martinez. A estátua vai abandonar a sua localização-chave no Louvre para ser deslocada para uma sala próxima em Setembro deste ano, prevendo-se que regresse à escadaria na Primavera de 2014, embora a limpeza da zona circundante possa demorar até ao final de 2014 ou início de 2015, quando se agendará a reinauguração do conjunto.

A comissão de restauro do Museu do Louvre deu esta segunda-feira, 22/01/2013  luz verde aos trabalhos sobre a peça, descoberta em 1863 nas ruínas do Santuário dos Grandes Deuses na ilha grega de Samotrácia, que terão a duração de mais de um ano e que devem custar perto de três milhões de euros - pagos por mecenato.
As entidades que vão contribuir para o restauro da escultura de 2,75 metros (a base mede perto de três metros) são a japonesa Nippon Television Holdings, a holding francesa de gestão de activos e crédito de risco Fimalac e o norte-americano Bank of America Merrill Lynch Art Conservation Programme. Os trabalhos sobre a peça grega do período helénico que representa a deusa da vitória, cuja feitura remonta a cerca de 190 antes de Cristo e que assenta numa base em forma de proa de navio, serão acompanhados por uma subcomissão de peritos internacionais.

No ano passado, o Louvre foi alvo de fortes críticas na sequência do restauro da pintura de Leonardo da Vinci A Virgem e o Menino com Santa Ana (c. 1508), que motivou a demissão de dois dos seus peritos em conservação e pintura, Ségolène Bergeon Langle e Jean-Pierre Cuzin, em protesto contra a limpeza extrema e os resultados radicalmente diferentes do original - das cores ao brilho, passando pelo tradicional sfumato utilizado por Leonardo que ficou irreconhecível.

O Louvre é uma constante no topo da lista dos museus mais visitados do mundo: em 2011 foi o mais visitado, com 8,9 milhões de pessoas nas suas salas e o número representou mesmo um crescimento de 5% em relação a 2010, segundo uma contagem anual do jornal The Art Newspaper. O próprio museu indicou no final de Dezembro que estima ter atingido o número recorde de dez milhões de visitantes em 2012, o dobro daqueles que visitaram o museu em 2001, muito graças ao boom do turismo chinês - mas também continuamente engrossado pelos americanos e pelos brasileiros - e em parte atribuído às novas galerias de arte islâmica, financiadas em parte pelo Governo francês e pelo príncipe saudita Bin Talal. Custaram cerca de 100 milhões de euros e terão atraído só em quatro meses 650 mil pessoas.

O anúncio do restauro da Vitória de Samotrácia surge poucas semanas depois do anúncio da saída, após 12 anos, do director do museu Henri Loyrette, que deve abandonar o cargo em Abril deixando ainda em construção o novo Louvre de Abu Dhabi desenhado pelo arquitecto Jean Nouvel (e um encaixe de 400 milhões de euros para o Louvre pelo licenciamento do uso do seu nome aos Emirados) e a extensão do museu em Lens, também em França (que custou 150 milhões de euros), recém-inaugurada.
 

http://www.publico.pt/cultura/noticia/vitoria-de-samotracia-vai-ser-restaurada-mas-a-vista-de-todos-1581597